A Sabedoria
O sábio actual não deve deixar-se tentar por pesquisas que transformem a ciência em culto da anedota. (…)
O espírito crítico que temos de preconizar e divulgar é uma atitude mental alicerçada, por um lado, mo carácter irredutível da pessoa humana e, por outro lado, no carácter sagrado da palavra. A palavra não é arbitrária, nem transformável, nem anárquica. Ela encontra-se presa pela raiz, tanto às coisas da alma como à natureza. (…)
A teoria política apenas consegue verificar um estado de coisas irreflectido, anacrónico, no qual se encaram as forças políticas sem nenhum espírito de objectividade; estas são mantidas ou combatidas sem escrúpulos, em obediência aos instintos. (…)
Mas as forças políticas são forças históricas que, caso as pretendamos dominar, devem ser analisadas com a mesma concentração, objectividade e sangue-frio que se utilizam no estudo das forças da natureza.
Assim, temos:
- Contra o maior poder daqueles que falam, deve haver uma maior resistência daqueles que escutam.
- O problema mais grave entre os homens foi sempre o de manter um certo equilíbrio no diálogo.
- O mestre e o pregador estão sempre um pouco desiquilibrados em relação aos restantes homens.
- Os media e o Estado ainda estão mais desiquilibrados.
- Se pretendemos alcançar o equilíbrio, devemos sempre esforçarmo-nos por remediar esse desiquilíbrio.
- A civilização do futuro deve ser uma dissimetria harmoniosa entre tolerância (ciência) e intransigência (técnica).
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