Diálogos Interiores - II
A minha posição é de compromisso. Com a família, com os amigos, com os colegas. Só uma política bem maleável permite a coerência indispensável com vista a respostas, adequadas ao que é esperado de mim. Sempre fui um incorrigível individualista. Isso é inato em mim. Mas nos homens eu vejo profundas diferenças, ou melhor, eu olho mas não vejo nem quero ver, porque o que eu vejo não me agrada. Eu não sou de cá… embora preferisse sê-lo para poder baixar ao ponto de conseguir olhar para cima.
(…)
Coro de vergonha, por não ter vergonha, nem poder corar. A minha busca é árida, mas tem a sua beleza por ser importuna, inconsequente e inatingível.
(…)
Mas isto não pode continuar assim. Tudo por esclarecer, tudo para fazer. Hei-de soltar a fera que dorme em mim e tentar dominá-la no essencial, livremente, com a sua ajuda, a sua vontade, livre, espontânea.
As situações absurdas são sempre as mais lógicas.
- C@nd., “Diálogos Interiores”, 1978.
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