Tuesday, October 7, 2014

O Gestor Português da Semana

Nas empresas portuguesas (e não só), entre os espíritos de uma larga maioria de colaboradores, mas sobretudo nos cargos de elevada responsabilidade, circula frequentemente o preconceito generalizado de que uma pessoa jamais merece a confiança de nenhuma outra, ainda que nunca tenha feito fosse o que fosse para suscitar eventuais dúvidas nessa matéria. A desconfiança continua, não obstante os colegas venham apresentando ao longo da sua vida inúmeros indícios no sentido contrário, porquanto "não passam de meras provas circunstanciais".

Esta corrente "filosófica", por vezes descrita por "Complexo de Corno" e popularizada pela expressão "desconfiar da própria sombra", ocorre mais frequentemente em pessoas que tiveram uma experiência traumática de infidelidade pessoal ou profissional, que as leva a procurar prevenir por todos os meios ao seu alcance qualquer hipótese de que semelhante coisa possa repetir-se...

Ao refugiarem-se nesta distorção da realidade, que as leva inclusivamente a acreditar que é possível viver sem confiar nos outros, criam à sua volta um ambiente fortemente corrosivo e contaminador, que destrói qualquer possibilidade de sucesso pessoal e profissional, quer delas quer das equipas em que se envolvem.

Quando aliado à "Síndrome do Espelho Retrovisor", segundo a qual perdemos demasiado tempo a olhar para o passado quando deveríamos estar a preparar o futuro (1), O "Complexo de Corno" torna-se um verdadeiro obstáculo à sobrevivência de uma empresa, de uma família ou de um grupo.

(1) Marshall McLuhana, filósofo canadiano


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